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Escrito por José Joaquim

Nas mesmas praças, nos mesmos jardins, os campeonatos estaduais estão iniciando ou já iniciaram no país.

Trata-se da repetição da decadência de um evento que despertava emoções nos tempos antigos que a globalização enterrou, e que só sobrevivem por conta da ausência de inteligência dos que fazem o futebol no Brasil.

Existe um velho ditado português que pode ser aplicado à essas competições: ¨A lua e o amor quando não crescem diminuem¨

Realmente os estaduais foram reduzindo e a sua demanda encolhida, perderam o amor dos seus consumidores. 

Em Pernambuco na noite de hoje o ponta pé inicial será dado com três jogos e a rodada só termina na sexta-feira, ou seja algo que mostra a falta de visão dos que fazem uma tabela, posto que menos de 48 horas alguns clubes estarão atuando pela segunda rodada.

O mais grotesco é que nessa abertura não haverá nenhum clube jogando na capital, com o Sport  em Arcoverde enfrentando o Flamengo local.

Iremos continuar vivendo uma grande mentira que é absorvida pelos veículos de mídias, logicamente pelos seus interesses financeiros na venda de um produto em extinção, e que é bem modificado por uma maquiagem enganadora.

Reservar dezoito datas para uma competição falida, que leva do nada para o nada e cujo campeão é esquecido em dois meses, é uma perda de tempo, principalmente por que essas deveriam ser ocupadas por um torneio regional com duas divisões.

No encerramento desse evento, diversos clubes irão hibernar por sete meses, e o desmanche será total. Esses poderiam disputar uma divisão nacional durante toda a temporada que poderia dar-lhe uma nova dimensão no contexto global do futebol.

Alguns estados já os iniciaram, entre esses o Rio de Janeiro e Ceará.

Para que se tenha uma ideia exata da realidade, no seletivo carioca a média de público em 15 jogos foi de 514 testemunhas, enquanto na terra de Iracema, sem jogos do Fortaleza e Ceará a média foi de 602 pagantes (6 partidas).

Nada mais para caracterizar que alguma coisa deve estar errada, e necessita de uma mudança.

As competições nacionais assim como as continentais reduziram os estaduais, desde que o foco passou totalmente para essas, que são realizadas em paralelo.

Além disso, o acesso mais amplo para os jogos dos Campeonatos Europeus escancaram um choque de realidade, o pay-per-view, a pobreza técnica da quase total maioria dos clubes do interior, estádios sem condições, a overdose de jogos, saturando o torcedor, com torneios sobrepostos, levaram os estaduais a falência.

Aliás isso já estava escrito há muito tempo nas tábuas de Moisés.

A maioria desses jogos não tem interesse, e que, no final não servem de parâmetro para outras competições, pois os clubes acreditam que estão em boa situação e quando encaram adversários com um pouco mais de potencialidade se arrebentam.

Torna-se necessário o repensar desse esporte, com o cotejo entre os erros e os acertos, e no debate que seja resolvido o problema mais sério que é o da continuidade dessa competição que foi consumida pelo tempo.

Os nossos ¨Napoleões Retintos¨ do Bloco do Sanatório Geral, ainda não tiveram a percepção que as datas da temporada brasileira é a mais extensa do mundo, e mal aproveitada na sua distribuição. As 18 datas consumidas pelos estaduais são jogadas fora, e poderiam ser mais bem aproveitadas.

Na realidade o futebol brasileiro necessita de pessoas sérias que pensem nele como um excelente produto, e não como uma grade de televisão, e em segundo lugar, que seja analisado o modelo das ligas dos países europeus.

As disputas regionais existem e seguem dentro da normalidade, mas com divisões inferiores. Os clubes são perenes e não sazonais.

Na Inglaterra, elas começam a partir da sexta-divisão, na Alemanha, desde a quarta.

No Brasil poderia ser criada uma nova Série, a E, que iria abrigar a regionalização de clubes que tivessem as condições necessárias.

São detalhes que deveriam ser bem estudados, não pelo Bloco dos ¨Napoleões Retintos¨, e sim por aqueles que tem uma visão mais global do futebol, de que esse não existe apenas para grandes clubes e sim para todos.

O nosso calendário é uma aberração monstruosa, e que potencializa uma competição de que faleceu há um bom tempo. 

Comentários   

0 #3 RE: OS ESTADUAIS E O PROVERBIO PORTUGUÊSBLOGDEJJ 17-01-2018 19:05
Citando André Ângelo:
Você está certíssimo quando defende a criação de uma "Série E" regionalizada.
É a salvação para os clubes menores do futebol brasileiro.
O problema é que a CBF não quer ter gastos com ajuda de custos para esse torneio, pois assim "se rouba mais dinheiro" - como dizia Cazuza em sua música - e a dona do futebol brasileiro não tem interesse nisso. Sim, ela mesmo, a Rede Globo de Manipulação.
Por isso ela não pressiona a CBF para criar a Série E. Se o fizesse, já teríamos há muito tempo tal campeonato para garantir a longevidade dos clubes menores.


Prezado Andre: Em 2003 fizemos um trabalho e enviamos para o Circo (CBF), e nele constava a Série C Nacional regionalizada. Quinze anos passaram e nada aconteceu.
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0 #2 RE: OS ESTADUAIS E O PROVERBIO PORTUGUÊSCLAUDIO LEITE 17-01-2018 11:36
JJ: O seu blog é diferenciado em tudo. Esse artigo mostrou a realidade do futebol brasileiro que insiste há anos nos mesmos erros. Não custa nada a criação de uma divisão regionalizada que abrigaria os clubes sazonais. Os custos não seriam altos, patrocinadores iriam aparecer, e as televisões regionais certamente teriam uma participação. Basta a CBF economizar nos salários vultosos pagos a cartolas aspones, que os valores necessários para uma Série E apareceriam.
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0 #1 Os EstaduaisAndré Ângelo 17-01-2018 10:20
Você está certíssimo quando defende a criação de uma "Série E" regionalizada.
É a salvação para os clubes menores do futebol brasileiro.
O problema é que a CBF não quer ter gastos com ajuda de custos para esse torneio, pois assim "se rouba mais dinheiro" - como dizia Cazuza em sua música - e a dona do futebol brasileiro não tem interesse nisso. Sim, ela mesmo, a Rede Globo de Manipulação.
Por isso ela não pressiona a CBF para criar a Série E. Se o fizesse, já teríamos há muito tempo tal campeonato para garantir a longevidade dos clubes menores.
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