Quando o nosso blog sofreu um ataque de hackers tivemos uma perda de mais de dois mil artigos, que sem duvida era um acervo da mais alta validade, inclusive por acompanhar o nosso crescimento.
No dia de ontem quando estávamos procurando alguns artigos que foram rascunhados, encontramos um muito interessante que foi publicado em 2015, com o título de ¨Reminiscências¨. Está tão atual que resolvemos publica-lo para o conhecimento de nossos visitantes.
* Um dos nossos mais assíduos visitantes Guilardo Pedrosa (continua sendo até hoje), em um comentário fez referências ao futebol de Pernambuco nas décadas de 60 e 70, que sem duvida foram períodos de sucesso para esse esporte em nosso estado.
Isso nos levou a um artigo que postamos no ano de 2012 sobre os os anos cinquenta, período em que iniciamos nossas idas aos estádios, ainda bem novo, e que viveu um momento de ouro, quando o nosso futebol tinha vida e não respirava por aparelhos.
Nessa época a prata de casa brilhava, e com grandes investimentos em contratações. No ano de 1951, o Náutico foi bicampeão. Em 1952 veio o tricampeonato alvirrubro, e as contrações do atacante Ivson, que era aspirante do Fluminense, que tornou-se ídolo do clube por muitos anos, Irani e Elói que vieram do Bangu do Rio de Janeiro, e como bomba a contratação de Manoelzinho que vinha de uma briga com a diretoria do Sport.
Em 1953, foi a vez do rubro-negro, que formou um time da região. O goleiro Carijó, da Usina Santa Terezinha, Tonho e Ênio do futebol suburbano, Pinheirense do Maranhão e Zé Maria a maior estrela do time oriundo do futebol paraense, que se juntaram aos locais. No ano seguinte mais uma conquista alvirrubra, que vinha mantendo a base e dois anos anteriores, com poucas contratações, e a principal do meia Hamilton que tinha sido artilheiro do Pernambucano com 15 gols defendendo o excelente time do América.
Em 1955 foi o nosso ¨debut¨ nos estádios, ano em que o futebol pegou fogo, com o Sport querendo ganhar o título de campeão do cinquentenário e os rivais tentando impedir. Do lado rubro-negro começou com Gentil Cardoso como técnico, e Ely do Amparo, seleção brasileira que disputou o mundial de 50 pelo Brasil. O Santa Cruz trouxe Barbosa, goleiro dessa mesma seleção. O Náutico pela quarta vez consecutiva manteve o mesmo time. O América inovou contratando três jogadores da Guiana Holandesa. No final, Sport, campeão, tendo repetido a dose de 1956.
O campeonato mais emocionante da história de nosso futebol foi realizado em 1957, com a disputa final de um Super que lotou os estádios. Foi o ano de ouro de uma década dourada. Os três clubes fizeram investimentos pesados.
O tricolor contratou o argentino Alfredo Gonzalez para treinador, que trouxe uma safra de jogadores do mais alto nível, como Lanzoninho, Rudimar, Faustino, Marinho, Aníbal e muitos outros. O Santa Cruz foi o supercampeão.
O time do Arruda tinha uma ¨linha de half¨, como era chamada na ocasião, com Zequinha, Aldemar e Edinho, que também faz parte da história como uma das melhores de todos os tempos. Zequinha e Aldemar foram para o Palmeiras e participaram da sua Academia. O primeiro foi campeão do mundo.
Em 1968 o Sport foi campeão, com Pacoty marcado 36 gols, auxiliado pelo uruguaio Walter Morel. Em 1959 ganhou o Santa Cruz e em 1960, o Náutico. Havia um equilíbrio de forças. Para culminar o período, a seleção de Pernambuco foi designada para representar o Brasil em um Sul-Americano Extra na Bolívia, e o fez com muita dignidade. Ficou conhecida como a ¨Cacareco¨.
O comandante do futebol do estado era Rubem Moreira, o maior presidente da Federação local em toda a sua existência.
Tínhamos futebol, tínhamos jogadores, tínhamos dirigentes, e hoje temos o que?