Um Raio X do futebol brasileiro que foi realizado em um hospital de uma cidade brasileira, mostrou que a cabeça, o tronco e membros desse esporte estão com graves fraturas, inclusive com algumas partes infeccionadas.
A cabeça deveria ser o Ministério do Esporte, hoje rebaixado para uma Secretária, que seria o órgão que deveria proceder como grande articulador de uma reforma geral na legislação esportiva e não o fez, com vários Ministros e poucos resultados. Quantas denuncias foram divulgadas por conta das gestões atabalhoadas, inclusive corrupção. Sem a cabeça obvio que os esportes iriam sofrer, e os resultados são bem latentes.
O tronco é representado pela Confederação e Federações estaduais. A entidade maior está entregue ao mesmo grupo por mais de trinta anos, e com três presidentes afastados do sistema por corrupção. Um desses está preso nos Estados Unidos. A linha de ação adotada pelo Circo, que é ganhar dinheiro com a sua seleção, e esquecer que os seus clubes em todas as divisões, vivem em constante agonia. No lado técnico e moral, a sua parte do tronco foi engessada.
Com relação às Federações, essas na sua maioria são dirigidas por cartolas longevos, que não sabem distinguir o certo do errado, e que são submetidos ao poder central do esporte, sem contestações por conta das mesadas que recebem. Aceitam de tudo que vem da entidade maior, mesmo sabendo que existe um apequenamento no esporte. Insistem na realização de campeonatos estaduais longos e desmotivados, que somam prejuízos nos cofres dos filiados.
Sua parte do corpo em análise encontra-se em uma UTI especial na tentativa de restabelecer uma nova forma de vida, e sobretudo com outros personagens.
Por fim, os membros, que são representados pelos clubes, sendo que alguns estão falidos, outros em regime de pré-falência e uma parte vivendo como rico, com carro de luxo, casa com piscina, mas sem dinheiro para a sua manutenção. Tecnicamente o nosso futebol involuiu, e os resultados das quatro últimas Copas atestam essa realidade.
Dividas astronômicas, embora com crescimento de receitas, mas a falta de gestão induz a uma gastança desenfreada, e seus balanços anuais, constatam, com poucas exceções, que esses estão sem condições de sobrevivência.
Eis a grande radiografia tirada do futebol brasileiro, e infelizmente a realidade é bem crua, o Brasil tem vocação pelo esporte, uma boa demanda, grandes possíveis patrocinadores e investidores, mas o seu corpo adoeceu, e necessita de uma operação delicada para a colocação de muitos pinos, para que os novos rumos sejam tomados, inclusive com transplantes para a substituição de órgãos.