O consumidor vai ao cinema, compra o seu ingresso, e assiste integralmente o filme. O mesmo se dá com o teatro, ou em esportes como o voleibol, basquetebol, tênis e tantos outros, cujo tempo de jogo em alguns extrapola o esperado, mas sempre contemplando uma realidade previsível.
No futebol, e em especial o brasileiro, quem corre é o jogador e não a bola, como acontecia em outras épocas. A correria é tão grande, que hoje vale mais um Felipe Melo do que um Didi, que era mestre nos lançamentos que chegavam aos pés dos atacantes.
Existe uma pesquisa divulgada pela FIFA, sobre a quilometragem que um atleta percorre em um encontro de futebol. Algo que assusta, pois em alguns casos os números são relacionados a uma meia maratona que faz parte do atletismo e não desse esporte.
Para que se tenha uma ideia, o trabalho do órgão maior do futebol mundial constatou que os zagueiros centrais correm 8 a 12 km em uma partida. Os laterais e volantes, de 9 a 12 km, meio campista, 11 a 13 km, e os atacantes, 9 a 10 km. Tudo isso sem tempo de reposição.
O reflexo de tal correria se dá com as faltas, que na maioria é utilizada para matar um contra golpe dos adversários, que induz diversas contusões, provocando uma maior paralização de um jogo.
O interessante é que para que uma falta seja cobrada, em alguns casos passa de um minuto, e o jogo é reduzido na sua contagem, que nesse fato não é contemplada nos acréscimos. O atendimento aos lesionados consome um maior tempo.
Uma partida de futebol tem em média de 93 a 98 minutos, com a bonificação dada pela arbitragem. Na Europa a média de bola rolando é de 60 minutos, no Brasil é de 55, ou seja, 38 a 45 minutos de bola parada.
Na realidade o torcedor paga para um jogo de 90 minutos e sai dos estádios sabendo que foi lesado, por assistir apenas um pedaço do que seu ingresso contemplava.
A sinergia entre a correria e faltas é indiscutível, e dessas para a diminuição do tempo de jogo é bem visível. Torna-se um ciclo vicioso.
Com tanta correria, o reflexo se dá no esgotamento dos jogadores, fato esse que estamos observando em várias equipes, que começam a sofrer desfalques nas competições.
Além disso o excesso de jogos e as longas viagens em um país continental aumentam mais os problemas físicos dos atletas. As faltas aliadas a violência, lotam os departamentos médicos dos clubes de clientes, e o futebol no campo sente, e a qualidade despencando.
Da maneira que o futebol brasileiro adaptou-se a tal modelo, será muito difícil um retorno, e vamos continuar assistindo nos gramados os brucutus ocupando os lugares dos craques.
O futebol de nosso país, além de ser um caso do FBI, também é do Procon.
Comentários
0#2RE: O FUTEBOL BRASILEIRO E O PROCON —
SUZANA A. MARANHÃO02-05-2017 15:15
JJ: Quando um time está ganhando o jogo, as laterais demoram quase um minuto para serem cobradas, e esse tempo também não é acumulado para os descontos. Acho que você foi otimista com relação ao tempo de bola correndo no Brasil. Acho que no máximo chega aos 50 minutos.
0#1RE: O FUTEBOL BRASILEIRO E O PROCON —
ANTONIO CORREIA02-05-2017 11:05
JJ: FIZ ALGUNS CÁLCULOS POR CONTA DESSE ARTIGO; UM JOGO COM 30 FALTAS CONSOME PELO MENOS 25 MINUTOS. SÓ NESSE ITEM O TEMPO SE ESVAI E NÃO É CONTABILIZADO PELA ARBITRAGEM. A SUA ANÁLISE ESTÁ CORRETA.
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