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Escrito por José Joaquim

Muito se fala da competitividade do Brasileirão, quando são feitas comparações com as competições europeias, que na realidade é uma meia verdade.

A atual temporada está completando o seu 15º campeonato da era dos pontos corridos, mas a matemática financeira introduzida na competição nesse período de 15 anos demonstra que as posições mais destacadas tem como donos cativos os clubes com uma maior receita, enquanto os demais se contentam em completar a tabela de classificação.

A má distribuição dos direitos de transmissão faz com que alguns dos clubes que participam da competição joguem apenas contra o rebaixamento.

É algo inusitado e irreal.

Os torcedores não conseguem vislumbrar algo no horizonte que não seja a luta contra o descenso. Saem de casa para os estádios rezando contra a queda dos seus clubes.

Para que se tenha uma ideia, fizemos uma análise entre aqueles que participaram da pré-Copa e da fase de grupos da Libertadores, e entre as 59 vagas, 51 ficaram nas mãos dos 12 determinados grandes clubes.

O modelo de pontos corridos tem méritos, inclusive possibilitar que em alguns clubes as gestões fossem melhoradas, mas ocasionou uma distorção gigantesca nas disparidades financeiras entre os grandes centros e o resto do país.

É uma festa entre protagonistas e figurantes eternos.

O domínio financeiro carregou consigo uma participação importante do Sudeste brasileiro principalmente de São Paulo, que ganhou 9 títulos, o Rio de Janeiro, 3, e Minas Gerais, 3.

Além desses estados, só clubes do Rio Grande do Sul figuram entre os primeiros colocados.

Na verdade para quem analisa o futebol brasileiro com a seriedade necessária, observa que a mudança para os pontos corridos deveria obrigar os clubes, mesmo de uma forma rudimentar, investir no planejamento da temporada, em termos técnicos como financeiros.

Quanto melhor a gestão, mais consistente as campanhas.

Na verdade isso aconteceu, mas de uma forma amadora e primária, entretanto o reverso da medalha é bem gritante, com a queda de competitividade, e com a distancia entre o primeiro colocado e o último na tabela, acentuando a cada ano, fato esse que é claramente ocasionado pelas disparidades financeiras.

O Atlético-GO em um dos mais fracos campeonatos da história do Brasileirão, tem 33 pontos somados, com uma longa distância para o campeão, Corinthians de 38 pontos, ou seja 16 rodadas entre as 35 disputadas.

Na época o assunto era tratado como a espanholização do nosso futebol, hoje como mostramos no artigo de ontem é a paulistização.

Temos uma dura realidade, e sobre isso estamos discutindo há muito tempo, embora seja ignorado pelos que fazem o futebol e pelo próprio governo, ao mostrarmos que essa concentração de renda é perniciosa não somente para o esporte, mas para o próprio país, que ajudar a frear o desenvolvimento.

Alguns clubes se empanturraram com as cotas dos direitos da TV, com um sentimento equivocado que tudo vai bem, porém a realidade é bem outra e as noticias confirmam e, pela queda de qualidade do futebol brasileiro, observamos a penetração do europeu com força e subtraindo torcedores dos clubes.

O esporte da chuteira no Brasil perdeu as suas emoções.

Comentários   

0 #1 RE: SEM EMOÇÕESANTONIO CORREIA 19-11-2017 14:51
JJ: O artigo reflete a realidade. O futebol brasileiro perdeu a qualidade e apequenou-se enquanto o europeu agigantou-se, e isso chama a atenção daqueles que gostam desse esporte. Tem jogos no Brasil que assisti-los é um castigo.
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