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Escrito por José Joaquim

Existe uma omissão quando do debate sobre a péssima distribuição de receitas do futebol brasileiro, e que está relacionada aos direitos de transmissão dos estaduais, cujos métodos são iguais aos que acontecem na área nacional.

Para que se tenha uma ideia, em São Paulo, os chamados grandes recebem quase cinco vezes a mais do que os menores, e tal fato repete-se nos demais estados.

Por conta disso no Paraná, o Atlético-PR e Coritiba não aceitaram o modelo imposto e resolveram transmitir os seus jogos pela internet, nos canais do YouTube.

Na realidade nenhum clube é obrigado a concordar com as regras determinadas, mas como vivem na penúria o que entra serve para cobrir alguns buracos.

Ano entra, ano sai, e nada muda pela falta de coragem para um desafio, quando preferem assumir uma posição masoquista. Existem clubes apenas para fingirem que fazem futebol. Um eterno jogo de mentirinhas.

Cada dia perdemos a esperança na transformação desse esporte, visto que essa poderia ser feita através de dois pontos: um dos grandes clubes, detentores de maiores torcidas e demanda, que poderiam se insurgir contra o momento atual de nosso futebol, e o segundo através do Congresso Nacional com uma modificação geral na legislação esportiva.

No que tange ao parlamento existe um projeto de lei em tramitação que segue de gaveta em gaveta, que procede várias mudanças no setor chamada Lei Geral dos Esportes, mas a bancada da bola mesmo com os fatos nefastos que ocorreram no Circo do Futebol consegue barrar o seu caminho.

O governo que poderia atuar junto aos seus aliados, não o faz.

Aliás esse sequer governa há muito tempo, e não mostra o interesse em participar no processo transformador do futebol brasileiro.

O silêncio e a entrega são visíveis, posto que, dos quase 600 clubes profissionais do Brasil, não ouvimos nenhum sinal de protesto contra o sistema implantado, contrário a corrupção entranhada no setor, cobrando mudanças no perverso modelo de distribuição de receitas, contra o grave e indecente monopólio dos direitos de transmissão, ou, ainda, contra a atual sazonalidade que afeta 80% desses, que são transformados em ursos polares.

Infelizmente o futebol brasileiro não tem voz, e uma boa parte de seus clubes faz parte de um sistema de mortos vivos, submissos ao poder.

Os grandes clubes do futebol nacional tem uma visão equivocada, ao pensarem que sobreviverão com a situação atual, desde que em um futuro não muito longínquo estarão morrendo afogados abraçados aos menores, com o naufrágio do barco que os conduzem, pois não se pode viver sem organização por muito tempo.

Essa é a lei da natureza.

Até na Idade da Pedra havia um sistema organizacional, que originou as diversas passagens para as novas eras.

A do futebol atual é a da imbecilidade.

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