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Escrito por José Joaquim

O falecido jornalista Sergio (Arapuã) de Andrade, colunista de vários jornais brasileiros, foi um frasista famoso, e, em 2002, escreveu um livro que deveria ser uma leitura obrigatória para todos que analisam o futebol, assim como para todos que o acompanham. 

Embora tenha sido pouco divulgado na ocasião, uma leitura não faria mal a minguem, e todos poderiam perceber o que acontecia no ano de sua publicação no futebol nacional, continua em vigor em 2018. Nada mudou, pelo contrário, piorou.

O titulo do livro já desperta a atenção: ¨O futebol dos imbecis, e os imbecis do futebol¨. Entre os vários capítulos, escolhemos um para analisar e discutir com os nossos visitantes, que tem o nome de ¨A risada de um futebol sem graça¨.

Arapuã nesse texto analisa a morte dos pontas brasileiros, por conta da nova forma de se jogar. Isso em 2002, e nada foi alterado até hoje. Cita os pontas que eram pontas e sabiam jogar na posição, e faz uma pergunta pertinente: ¨Em que lugar do gramado estariam jogando hoje, Garrincha, Julinho, Tesourinha, Friaça, Telê, Claudio, Luizinho, Chico, Patesko, Canhoteiro e Pepe?

A sua resposta foi igual ao que sempre estamos discutindo em nossos artigos: estariam fora do time pelo ecletismo, isto é, se joga na ponta, e também atrás do zagueiro lateral¨. 

Observamos na critica do jornalista, algo que se tornou imutável no futebol tupiniquim, ou seja, como ele bem retratou, ¨só temos dois ponteiros em campo, quando o juiz entra com dois cronômetros¨.

O texto destaca o fim dos ponteiros, que foram substituídos pelas alas laterais, cujo resultado final foi a perda da função ofensiva e de não ganhar uma defensiva. A sua análise é pertinente, já que os times ficam sem pontas e sem laterais.

Voltamos a alertar que o livro foi publicado em 2002, com 16 anos de existência, e a ignorância de tais procedimentos continua, e com a gravidade de que os analistas já se amoldaram ao sistema e não verificam que temos um futebol preso nas laterais do campo, com uma mesmice patológica. Até nas competições de base, a fórmula é repetida.

¨É o populismo e muito manjado ¨Zeitgelst¨ do futebol. O resultado humorístico da aberração e que num contra-ataque rápido dos filisbuteiros, nossa defesa vira um cozinha, com todo mundo jogando para o alto, cruzando garfos, voando pelas janelas, se chocando, esborrachando-se na rocha do desespero total e inútil, com a bola acabando por se aninhar em nossas redes¨, textualizou.

O livro nos deixou convictos que o futebol brasileiro parou no tempo e no espaço, e continua vagando como fantasma, sem destino, não sabendo se vai para o céu, purgatório ou inferno.

Na época em que Pelé jogava, o fato mais engraçado estava relacionado às declarações do técnico do time adversário, que dizia ter formulado a tática para pará-lo, com um zagueiro marcando em cima, outro fazendo a cobertura necessária, e na realidade esquecia que necessitava de um terceiro para apanhar a bola nas redes.

Uma fonte bem proveitosa para mostrarmos que vivemos da mesma forma que os clubes do interior, hibernando como urso polar, e se não mudarmos esse sistema as cavernas não irão comportar tantos habitantes. 

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