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Escrito por José Joaquim

Quando se elege um presidente de um clube, na boa parte através do voto direto do associado, muito embora existam alguns casuísmos eleitorais com manobras não institucionais, o dirigente esquece dos eleitores e assume o papel de um suserano à frente do seu feudo.

Aqueles que o conduziram para o poder máximo de uma agremiação são relegados, e apenas convocados para uma próxima eleição.

O associado é a alma de um clube sócio-esportivo. Deixam milhões por ano em seus cofres com o pagamento de suas mensalidades e na compra dos produtos ofertados, mas nada disso é reconhecido.

Os clubes de Pernambuco nos dão exemplos de tal distanciamento, quando as suas gestões os levaram ao abismo, sem o conhecimento dos maiores interessados, os associados.

Obvio que esses não os levaram a bancarrota. Não os endividaram. Não anteciparam receitas. Não oneraram as folhas salariais, desde que nunca foram ouvidos.

Os sócios deveriam ter o direito de conhecer todos os contratos, que poderia ser feito através de um Conselho Gestor eleito em separado de forma independente.

Se isso acontecesse de forma correta, certamente o Sport não estaria na atual situação.

Os sócios não colocaram os seus clubes na pindaíba, com atrasos salariais, débitos com o fisco, débitos trabalhistas, passando por vergonha perante os seus torcedores. Nunca foram consultados sobre os temas.

Democracia é algo importante para uma sociedade, mas no futebol essa não existe em pleno vigor. Temos uma meia democracia, quando os sócios podem eleger os seus dirigentes, mas não podem ter acesso a tudo aquilo que se passa nos seus intramuros.

Há pouco tempo os acionistas da SAD (sócios) do Sporting de Lisboa deram o impeachement do presidente, e participaram de uma eleição para o novo comando, com 25 mil eleitores, a maior da sua história.

Se a compararmos hoje com os clubes brasileiros, com exceção dos gaúchos que sempre tem a presença de um bom numero de eleitores no seu colégio eleitoral, embora com um percentual no máximo de 30%, as agremiações de nosso estado quando elegem o executivo não tem o comparecimento de 10% dos eleitores.

O mais grave  nesse sistema, é que elegem acoplado ao executivo, o Conselho Deliberativo que é um apêndice do primeiro, e aprova tudo que lhes é apresentado.

Na maioria dos clubes do Sudeste e Sul, esse órgão tem a presença de representantes de todas as chapas concorrentes, de acordo com o numero de votos, e tal fato pelo menos permite um debate mais amplo sobre os mais diversos temas.

Um outro bom exemplo do clube luso é o voto à distancia, que permite via internet que o eleitor mais longe possa participar do processo.

O associado é o maior poder de uma entidade, e deveria fazer valer esse privilégio, porque são na verdade os seus donos, enquanto os dirigentes são seus agentes, mas nos esportes brasileiros, esses só servem para quitar as suas mensalidades.

Ou se modernizam ou morrem.

Comentários   

0 #4 RE: O PODER QUE NÃO É CONSULTADOCARLOS ALFREDO 20-09-2018 15:42
JJ: Sou sócio do Sport há décadas, e fiquei certo desde que não sou nada. O seu artigo mostra o que acontece em nossos clubes, que são verdadeiras casamatas. Fechados para os que elegeram os poderes.
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0 #3 RE: O PODER QUE NÃO É CONSULTADOPLINIO ANDRADE 20-09-2018 15:34
JJ: Concordo com os comentários anteriores. Mostraram a realidade. O artigo está perfeito e elucidativo.
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0 #2 RE: O PODER QUE NÃO É CONSULTADOANTONIO CORREIA 20-09-2018 13:12
JJ: Uma aula sobre a realidade dos clubes brasileiros e em particular dos pernambucanos, que abandonaram os seus associados. Os colégios eleitorais são reduzidos, e o sistema adotado pelo Sporting do voto à distância foi aprovado pelo Conselho do Bahia que hoje é o clube mais transparente do Brasil.
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0 #1 RE: O PODER QUE NÃO É CONSULTADORUBRO-NEGRO 20-09-2018 11:58
JJ: Os processos eleitorais dos clubes brasileiros muitas vezes são estranhos, contando com a participação dos fantasmas que são recuperados, votam e desaparecem da lista no mês de janeiro.
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