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Escrito por José Joaquim

Ao assistirmos os jogos do Campeonato Brasileiro com a maioria dos times sem qualidade, não entendemos como os clubes ainda insistem no atual modelo dominado pelo Circo do Futebol Brasileiro (CBF), e não tenham nenhum movimento para a implantação de uma Primeira e Segundas Ligas Nacionais do Brasil.

Insistem em uma marcha na contramão da história, mesmo com os exemplos das entidades europeias e norte-americanas.

O único empecilho seria o seu comando, pois a nossa cartolagem é um produto da pior safra dos últimos anos, mas o risco tem que ser assumido, e urge para o nosso futebol a mudança do sistema podre, corrompido e sem direção.

Se continuarmos com esse modelo de gestão emanada pelo Circo e acompanhado pelas Federações estaduais, não existe a salvação, a não ser a de continuarmos com a decadência desse esporte, que está acentuada nas suas finanças e nos gramados.

Não é possível que em todos os países mais evoluídos do mundo, o sistema de Ligas deu certo, e no Brasil isso não poderá acontecer.

Não entendemos que existam pessoas que ainda não perceberam da importância desse modelo para o crescimento do esporte no país.

Como um sistema como o nosso pode ser defendido? Nem Freud poderia nos explicar.

A Lei 9.615/98, em seu artigo 13, contempla as Ligas como parte do Sistema Nacional do Desporto, e o seu artigo 16, consideram-nas como pessoas jurídicas de direito privado, com organização e funcionamento autônomo. Tudo legal perante a legislação.

Chegamos numa  encruzilhada e em um momento que exige uma boa definição, sobretudo por termos um órgão maior de nosso futebol que não tem a estrutura organizacional e moral para cuidar desse esporte.

Que o Circo continue a viver com a sua Selecirco, e as divisões menores, como suas obrigações.

Uma Liga dirigida por profissionais, sem a politicagem atual, e com um Conselho Gestor com representantes dos clubes, seria o início de uma revolução tão desejada, que não suporta mais esse ciclo pernicioso que hoje contempla esse esporte.

O futebol brasileiro está no fundo do poço, e não precisamos de muitas provas para tal comprovação, desde que o momento atual caracteriza a desorganização de um segmento que tem demanda, e necessita ser resgatado, e hoje o único caminho será o da Liga Nacional.

Na verdade, após muitos anos nunca estivemos tão perto de que isso possa acontecer, que depois deverá ser seguido com a criação dos clubes empresas.

Com isso iremos ingressar no mundo civilizado do futebol, saindo das cavernas.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O QUE TEM DE PIOR NO FUTEBOL BRASILEIRO

* Algo que passou totalmente despercebido daqueles que estiveram no São Januário, narrando e analisando o jogo do Vasco e Palmeiras, foi o estado do gramado.

Como uma entidade permite a realização de um jogo com clubes tradicionais em um campo de várzea na sua maior competição?

A impressão na tela da TV, dava um aspecto que tinha acontecido uma bela vaquejada. Silêncio mortal.

Pelo menos o colunista do Jornal O Globo, Carlos Eduardo Mansur, que é dono de um bom texto, publicou no dia de ontem um artigo sobre esse encontro citando alguns fatos que aconteceram, inclusive com um título bem escolhido: "Derrota do Vasco para o Palmeiras é painel do que o futebol brasileiro tem de pior".

Na realidade o gramado não foi apenas algo fora da curva, desde que tivemos um VAR marcando errado e muito demorado, jogadores e comissões técnicas pressionando o árbitro Rafael Traci, que não tem a menor condição de trabalhar numa divisão maior, e que tornou o jogo ainda pior.

O ambiente no campo foi insuportável pela falta de comando de uma arbitragem grotesca. Com poucos minutos de jogo esse já tinha distribuído seis cartões amarelos, e a maioria para o time vascaíno, inclusive nos seus defensores que passaram pendurados em um pincel no resto do tempo. 

Qual a razão do Palmeiras ter escapado da dureza do soprador do apito? Só ele poderá responder. Só não apanhou do zagueiro vascaíno, Castan, porque baixou a cabeça.

Juntando-se um gramado ridículo, comissões técnicas histriônicas, e jogadores pilhados, e um árbitro que deveria atuar nos campeonatos de base, o resultado é o que temos de pior no futebol brasileiro.

NOTA 2- O CRUZEIRO ANDA COMO UMA TARTARUGA NA TABELA

* O Cruzeiro apesar de nove rodadas de forma invicta anda na tabela com passos de uma tartaruga. Um fator explica a sua posiçao atual no Brasileiro: o excesso de empates.

Com o 0x0 com o Athletico-PR, na última quarta-feira, chegou ao 13º jogo com o placar em igualdade, e se transformou na equipe que mais empatou na competição, ou seja ganhou 13 pontos e pedeu 26, que estão fazendo falta.

Segundo um levantamento feito pelo Jornal Hoje Em Dia-MG, este é um recorde de empates do time celeste na era dos pontos corridos, iniciada em 2003.

O técnico Abel Braga está satisfeito pela invencibilidade do seu time, mas a verdade o fato deveria ser analisado por outro viés, desde que o placar em igualdade aconteceu em seis dos dez jogos do treinador da Raposa.

O comandante tem no seu retrospecto também três vitórias e um empate, que foi o suficiente para tirar o Cruzeiro dos braços da Caetana, mas o perigo da degola ainda está vivo, daí a necessidade de vitórias (16º na tabela). 

O ano de 2017 com 12 empates já foi superado nessa temporada, faltando ainda sete rodadas para o final da competição.

Em um planejamento preparado para a participação de um clube no Brasileiro, tem que existir um balanceamento entre as derrotas, os empates e as vitórias, para que os objetivos sejam delineados.

NOTA 3- O VAR É UMA MULETA PARA ÁRBITROS RUINS

* Como o Brasil é um país surreal, onde de tudo pode acontecer, até o rabo balançar o cachorro, o VAR está sendo utilizado para servir de muletas para árbitros incompetentes, que apitam esperando que o sistema de vídeo resolva os lances duvidosos.

Na verdade esse foi implantado para corrigir erros claros e óbvios. O protocolo do VAR não permite que os árbitros 'revejam' incidentes em que a decisão original do campo não seja um erro 'claro'.

Não são permitidas 'revisões' para uma segunda 'chance' para analisar o incidente  ou confirmar 'vender' uma decisão que não seja claramente errada.

O IFAB, a Internacional Board, o órgão responsável por regular o futebol é que elaborou esse texto, que foi encaminhado para as Federações Internacionais.

O protocolo do VAR é simples: a cabine, onde normalmente estão três árbitros assistentes de vídeo, sendo um deles o VAR principal, só deve chamar o árbitro para uma revisão se tiver a certeza que a decisão tomada em campo foi falha. Lances subjetivos, como bola na mão dentro da área, por exemplo, são maioria nesses casos, mas muitas vezes o VAR é acionado mesmo com duvida.

Em lances objetivos, conforme a circular do IFAB, até mesmo lances, como impedimentos ou se uma falta foi dentro ou fora da área, só devem ser informados ao árbitro com 100% de certeza que houve erro. Se houver duvida é para manter a decisão do campo.

Vamos e venhamos, os árbitros para que possam garantir a sua pele estão sempre buscando o VAR, quando a realidade é o inverso, ou seja a cabine é que tem que provoca-los.

Nossos apitadores estão se apoiando nessa muleta.  

* Dados do IFAB obtidos no blog do Marcel Rizzo do Portal UOL.

NOTA 4- O FEITO DO ANO

* A maratona de Nova York é uma das principais competições do mundo, além do seu charme. Atletas de alto nível participam do evento, assim como os amadores.

Na do último domingo 50 mil corredores participaram dessa prova.

Na chegada um feito que surpreendeu a todos, em especial entre os participantes da prova, com relação ao terceiro colocado, porque era um maratonista totalmente desconhecido, e que tinha largado no segundo pelotão, separado dos atletas de elite.

O etíope Girma Bekele Gebre, de 26 anos, conseguiu o feito do ano, o de chegar ao pódio, sem patrocinadores e sem agentes.

Os dois primeiros colocados foram os Quenianos Geoffrey Kamworor (2h8m.13s), e Albert Korir (2h8m36s). Girma chegou colado à esse, com 2h8m38s. O atleta já chamava a atenção quando se destacava em meio aos profissionais, já na metade da prova, não só pelo desempenho, mas também pelo número de sua camisa regata bem desprovida de patrocínios.

Enquanto seus adversários usavam tags em dígitos únicos, o etíope estampava o 443, numeração de um mero corredor amador. A cada 4,8 km (3 milhas), esse chamava a atenção pela diferença entre os demais corredores do pelotão da frente: nesses pontos, os atletas de elite eram municiados com uma suplementação personalizada, à medida que Gebre se desdobrava com a mesma água e Gatorade disponibilizados aos 50 mil competidores restantes.

A medalha de bronze na Maratona de Nova York lhe rendeu uma premiação de US$ 40.000, além de US$ 15.000 por ter cruzado a linha de chegada com tempo inferior a 2h9min.

Foi o feito do ano, e que jamais aconteceu nessa Maratona.

NOTA 5- PIMENTA NOS OLHOS DOS OUTROS É REFRESCO

* O Palmeiras na última quarta-feira ganhou do Vasco com a ajuda da arbitragem do campo e do VAR.

O seu presidente Mauricio Galliotte, que era o maior contestador do sistema eletrônico, quando chegou a afirmar que esse trabalhava para alguns clubes: "para alguns é chamado o VAR e para outros não. Ou seja, são jogadas que o VAR entra para o time A e não para o B".

Para o cartola o Flamengo era o beneficiado.

Depois do presente que recebeu no péssimo jogo do seu time, o dirigente mudou completamente, ao declarar que "Arbitragem é sempre tema polêmico. O que a gente tem feito é apoiar a continuidade do VAR. Traz justiça. Existem lances interpretativos, polêmicos. A gente tem que entender que cada um interpreta de uma maneira. As reclamações são inerentes ao futebol".

No Nordeste existe um antigo ditado, que é aplicado em mudanças como essa, ou seja: "fulano é uma cobra cascavel, muda de casca a cada mudança de tempo¨.

Só mesmo no Brasil.

NOTA 6- FUTEBOL OU UFC?

* O primeiro tempo do jogo entre o Botafogo e Flamengo deveria ter sido em um octagono do UFC, e não no Nilton Santos.

O alvinegro olhava para as arquibancadas, via a Caetana sentada com a sua foice, ficou desesperado, e passou para a força, inclusive com violência.

O primeiro tempo foi truncado, com apenas 43% de bola correndo, e muitas faltas pelo tipo de jogo.

No segundo tempo o time do Flamengo veio melhor, e assistiu aos oito minutos a expulsão de Luiz Fernando, lateral do alvinegro.

Depois disso foi uma partida de um único time, no caso o rubro-negro da Gávea. O bombardeio era grande, ou a bola ia para fora, ou o goleiro Gatito fazia seus milagres.

Uma verdadeira blitz rubro-negra.

A pressão continuava, mas o gol não saia, quando aos 44 minutos, Bruno Henrique deu uma assistência perfeita para Lincoln, que tinha entrado no lugar de Vitinho, aos 39', que em um toque marcou o gol salvador, merecido pelo que o rubro-negro apresentou.

Os oito pontos de diferença para o Palmeiras voltaram a funcionar.

Nos demais jogos, o São Paulo com 75% de bola e mais nada, desde que não conseguia chegar na meta do Fluminense. O tricolor das Laranjeiras aproveitou duas oportunidades e fez o placar de 2x0, deixando a zona da Cateana para o Botafogo.

O Ceará teve uma excelente vitória por 2x0 contra o fragilizado Internacional. O alvinegro cearense deu uma fuga da zona do inferno.

O último jogo foi do Grêmio e CSA, com a vitória gremista por 2x1, que o levou para o G4. Joguinho ruim.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O EXEMPLO DO RED BULL-BRAGANTINO

* O Bragantino esperou por 21 anos para ter o acesso à Série A do Brasileiro. Tal fato aconteceu na última terça-feira com a vitória sobre o Guarani por 3x1.

Nada disso teria acontecido se não tivesse a gestão da Red Bull que passou a comandar o futebol do clube, e em 2020 esse será chamado de Red Bull-Bragantino. A empresa de energético tem três clubes no futebol mundial, dois na Europa que disputam a Liga dos Campeões, e um nos Estados Unidos.

Os seus dirigentes fizeram uma análise do futebol brasileiro para a montagem de um clube, ou juntar-se a um existente, procuraram o futebol paraibano, mas não chegaram ao consenso.

O Bragantino abriu as portas, o negócio foi concretizado, e o futebol do clube foi entregue a empresa, através de um CEO designado. Injetaram R$ 40 milhões para a Série B, juntou o seu grupo a alguns jogadores do time de Bragança, fez algumas contratações e tinha a folha mais cara da competição, um pouco mais de R$ 2,5 milhões por mês.

Para que se tenha uma ideia, as gratificações pelas vitórias eram maiores do que as do Palmeiras, R$ 9 mil. Na verdade era uma diferença brutal para os demais disputantes inclusive o Sport.

Para o ano de 2020 a empresa dona do time já disponibilizou R$ 200 milhões para os gastos com o futebol, e com o objetivo inicial de garantir a permanência na divisão.

O clube empresa é a solução para os nossos clubes menores, com poucos recursos, e a única saída para evitar o que vem acontecendo em nosso futebol, morrendo de fome.

O Red-Bull-Bragantino é um exemplo para todos.

Quando se fala desse sistema aos nossos times, as justificativas para não o abraçarem é que irão perder o poder de comando. O que adianta comandar uma entidade sem perspectiva do futuro?

Na realidade preferem comandar uma massa falida, no lugar de um clube com condições de uma boa campanha.

Nem Freud poderia explicar tal pensamento.

NOTA 2- A DECOMPOSIÇÃO DO BARCELONA

* O futebol espanhol e seus dois principais clubes não vivem bons momentos.

O Barcelona lidera o seu grupo na Liga dos Campeões, mas o futebol mostrado está bem longe daquele de épocas anteriores.

Vive na esperança de que Lionel Messi resolva o jogo, mas hoje não é tão fácil nesse futebol tático, onde impera o coletivo. Existe uma decomposição no time catalão.

O decepcionante empate na última terça-feira, por 0x0 diante do modestíssimo time do Slava Praga, em pleno Camp Nou, confirmou o momento atual do clube, e em especial a falta de inspiração no seu ataque.

O Barça disputou quatro partidas no grupo F e ainda está invicto, mas o seu ataque está deixando muito a desejar. Com dois empates sem gols, e duas vitórias por 2x1, o time catalão soma apenas quatro gols marcados até o momento.

Segundo levantamento do site oGOL, em toda a história do Barcelona na Liga dos Campeões, apenas uma vez o time teve um desempenho pior do que o atual ao fim de suas primeiras quatro partidas no torneio.

Na temporada de 2009/2010, a equipe comandada por Guardiola naquele momento, tinha apenas três gols ao fim da quarta rodada.

Na realidade o Barça está necessitando de uma reciclagem interna, desde que os seus atletas nos parecem sem motivação, esperando sempre Messi, tanto no Espanhol, como na Liga dos Campeões.

NOTA 3- MP DENUNCIA EX-PRESIDENTE DO INTER E MAIS 13 ACUSADOS DE CRIMES EM GESTÃO 2015/16

* Depois de um longo período de investigações que apuraram várias irregularidades cometidas entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2016, o Ministério Público do Rio Grande do Sul anunciou na manhã de ontem, em entrevista coletiva, que apresentou na última terça feira por meio da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, duas denúncias contra o ex-presidente do Inter e mais 13 pessoas acusadas de crimes, tais como, organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro durante a gestão 2015/2016.

As investigações concluíram que, pelo menos em 200 oportunidades os denunciados dirigentes do clube, inclusive o presidente Vitório Piffero, além de dois empresários da construção civil, obtiveram para si a quantia de R$ 12,8 milhões, em prejuízo do Internacional, após induzirem em erro alguns funcionários da administração do clube a atestarem obras que não ocorreram.

A segunda denúncia apresentada contra acusados de crimes de corrupção que teriam sido cometidas por ex-integrantes do núcleo futebol do Internacional, e por pessoas ligadas a esse departamento, inclusive o técnico Paulo Cezar Magalhães, e aos empresários Rogério Luiz Braun, Guiliano Pacheco Bertolucci (famoso), Fernando Luiz Otto e Carlos Alberto de Oliveira Fedato, além do vice-presidente de futebol Carlos Capparelli Pelegrini, que obteve mais de R$ 230 mil de comissão.

Trata-se de algo novo no futebol brasileiro, desde que esse processo começou no próprio clube, que fez o encaminhamento para o MP.

Que sirva de exemplo.

NOTA 4- O FANTASMA DA SÉRIE B

* A campanha dos quatro clubes que subiram para a Série B em 2018 é extraodinária, inclusive com o Bragantino o provável campeão em 2019, além do Operário, que ainda sonha com uma vaga no G4, mas que vem fazendo uma campanha brilhante, e está na 7º colocação, com 48 pontos.

O Fantasma de Ponta Grossa em três anos saiu da Série D para a B, e com um excelente aproveitamento. Os outros dois do acesso foram o Botafogo-SP (8º) e o Cuiabá (10º).

A 33ª rodada foi encerrada com o acesso garantido pelo Bragantino, e com o retorno do Atlético-GO para a 3ª colocação.

Faltando 5 rodadas para o encerramento da competição, dois clubes estão na Série A de 2020, Bragantino e Sport, e cinco disputando as duas vagas que restam: Atlético-GO (71,8%), Coritiba (68,3%), Paraná (26,6%), América-MG (19,1%) e, Operário (9,4%).

O Coelho Mineiro em dois jogos seguidos em casa somou apenas um ponto, e teve uma queda gigantesca nas probabilidades.

Os mandantes obtiveram 5 vitórias, contra 2 dos visitantes e 3 empates. O público continuou em queda, com 49.700 pagantes, para uma média por jogo de 4.970 torcedores.

A reta final está chegando, e na zona da Caetana três clubes já estão abraçados, Criciúma (95%), São Bento (93,8%), Vila Nova (90,0%), enquanto o Figueirense (71,4%) e o Londrina (42,2%), continuam na luta pela sobrevivência.

NOTA 5- BOTAFOGO OFICIALIZA SAÍDA DA SUPERLIGA

* Se o projeto que prevê o clube-empresa não for aprovado na Câmara de Deputados, o destino do Botafogo é incerto.

O clube tinha inscrito o time de Voleibol masculino na Superliga, e faltando quatro dias para o início da temporada, enviou um ofício à entidade que administra esse esporte no Brasil, cancelando a sua presença.

A justificativa foi a da inviabilidade financeira.

Na verdade os seus cartolas sabiam que o clube não tinha condições de disputar esse torneio, desde que está em processo de queda livre. Uma competição como essa é preparada com uma boa antecedência, levando um transtorno a CBV para mudar toda a logística, desde que o Caramuru do Paraná será o seu substituto. 

O alvinegro carioca ano a ano vai definhando, inclusive perdendo torcedores. Uma lambança que veio se juntar a venda da cabeça do vice-presidente de futebol, Gustavo Noronha, por exigência de um grupo de torcedores que pagaram os salários atrasados. 

Uma vergonha.

Depois disso só mesmo o dilúvio.

Lamentável para um clube que tem uma rica história.

NOTA 6- UMA NOITE DE JOGOS FRACOS E DO APITO AMIGO

* Na abertura da 31ª rodada, os times da primeira página da tabela, com exceção do Goiás, tiveram bons resultados. O time goiano perdeu para o Atletico-MG po 2x0.

O Athletico-PR empatou com o Cruzeiro por 0x0, e o Bahia empatou com o Chapecoense (1x1).

Nos demais jogos os resultados foram positivos para os da turma de cima.

O Corinthians quebrou o jejum de 8 rodadas sem vitória, ao derrotar o Fortaleza por 3x2, com a ajuda do apito amigo e do VAR que ficou escondido em um lance capital. Os jornalistas corintianos ficaram calados.

O Santos jogando um futebol inexpressivo derrotou o finado Avaí na bacia das almas por 2x1.

Enquanto isso o Vasco e Palmeiras fizeram um jogo medíocre, e o alviverde contou com a ajuda do apito amigo tanto do que estava no gramado, como  também do responsável pelo VAR, ao confirmarem o gol da vitória do time paulista, da autoria de Luiz Adriano, que fez uma falta no zagueiro vascaíno (2x1). 

Um início de uma rodada que não irá deixar saudades pelo nível do futebol apresentado.

Um fato a ser destacado, o público do jogo Corinthians que foi o pior nesta edição do Brasileiro, com 22.208 pagantes. 

Escrito por José Joaquim

Ao lermos as noticias do futebol brasileiro nos deparamos com algo surreal com relação ao Botafogo, quando sócios influentes exigiram a cabeça do vice-presidente de futebol para injetarem recursos com o objetivo de pagar as folhas salariais atrasadas.

Depois disso somente o diluvio falta acontecer. O futebol brasileiro queiram ou não os vendedores de ilusões está em queda livre e sem boas perspectivas para o futuro.

Surge então uma única pergunta: Qual a razão da sua decadência? Má Gestão? Treinadores defasados? Competições mal elaboradas? Ausência de talentos?

Na verdade, tudo isso ajudou, mas nessa panelada faltam vários ingredientes que deram motivos à curva descendente de um esporte que já foi grande, com demanda e se apequenou.

Um dos maiores problemas que afligem o nosso futebol está ligado ao processo de formação, quando nos tornamos meros reveladores para o exterior, e não estamos formando jogadores.

Antes tínhamos os campos de várzea, as peladas de ruas, o antigo futebol de salão, que virou futsal, produzindo talentos e abastecendo os clubes. Os espigões destruíram os campos dos bairros, e as edilidades não tomaram as providências para locarem equipamentos nessas áreas invadidas pelo progresso.

Aqueles jogadores talentosos, dribladores, que tratavam bem a bola sumiram. O futsal em todo o Brasil marchou para o interior. Sem essa produção, os clubes tentaram as suas formações através de escolinhas, e pouco produziram. Os melhores tem donos, e voam para outras paragens, além do Atlântico.

O sistema inverteu-se. O atleta de hoje tornou-se maior do que o clube. Quando sente que um treinador está perdendo o rumo, tira o corpo, aparece as contusões, e fica esperando por um novo que seja do seu agrado. O ciclo pernicioso recomeça.

Por outro lado, os treinadores são demitidos e no outro dia já estão em outro banco de reservas, como se nada tivesse acontecido. Apenas dois clubes mantiveram os seus comandantes nessa temporada: Grêmio, com Renato e Santos, com Sampaoli.

O terceiro seria Tiago Nunes, do Furacão que foi demitido na última terça-feira por ter acertado com o Corinthians.

Com esse sistema fica difícil se formatar uma boa equipe, mas os cartolas aceitam, desde que passem ilesos, e todas as culpas são jogadas nos profissionais de plantão que dirigiam os seus clubes.

Um modelo perverso de se preparar no fogo uma panelada, que ao ser servida provocou a morte do esporte que já foi a paixão dos brasileiros, e tornou-se o que é hoje, um nada, para o nada.

Escrito por José Joaquim

Enquanto o Brasil atravessava um bom crescimento econômico, os clubes de futebol acompanhavam essa evolução enchendo os seus cofres com altos recursos, nunca visto na história desse esporte.

Sentiram-se como os novos ricos, comprando mansões, Ferraris, iates, entre outras coisas, e deixaram de lado os seus alicerces para que o tornassem o sustentáculo para o futuro.

Hoje com as exceções de Flamengo, Palmeiras e Athletico-PR, todos estão numa arca perdida no oceano, cheia de furos esperando o naufrágio.

Vivenciamos um passado não muito remoto com as nossas equipes enfrentando as grandes do mundo e sobrepujando-as. A verdadeira seleção brasileira era imbatível e demonstrava no campo de jogo. 0 7x1 da Alemanha escancarou a sua realidade. Hoje os nossos clubes representam a decadência desse esporte quando disputam a Copa Sul-Americana e Libertadores e são derrotados por rivais de pouca expressão.

Na verdade eles evoluíram e nós regredimos. Quando o dinheiro era mínimo, o futebol era o máximo, e quando o dinheiro foi o máximo, o futebol tornou-se mínimo. Uma contradição.

A decadência é sem duvida um produto da má gestão, da falta de um planejamento, da corrupção entranhada no sistema, e isso tornou-se um ciclo vicioso, que delimitou inclusive a manutenção de talentos, que muito cedo vão para a Europa. 

O futebol brasileiro está situado entre os piores modelos de gestão no processo econômico nacional. São administrados muitas vezes com paixão, faltando-lhes gestão, eficiência e transparência.

O protecionismo governamental foi o fator que criou as condições para a decadência, quando protegeu a ineficiência, ao fechar os olhos para os endividamentos, criando mecanismos para as suas quitações, que muitas vezes não foram cumpridas.

Timemania, Ato Trabalhista, Refis I e II e Profut, fazem parte desse contexto.

Quando passava a mão nas suas cabeças, estava criando um modelo de gestão perdulária, com gastanças acima da realidade, sabendo que no final o poder central iria socorrê-los. Agora o Congresso está preparando mais uma dessas benesses, que irá incentivar o sistema de parasitagem.

Não precisa ser mestre em economia para saber que o protecionismo é um gerador da ineficiência, já que os clubes sabiam que não seriam penalizados, e continuaram com os mesmos procedimentos, e com isso perdendo a qualidade e apequenando o seu futebol.

Esse somatório, com dirigentes amadores e despreparados, alguns poucos éticos, atletas com pouca bola e considerados craques, técnicos com pouca formação, e o protecionismo, só poderia levar o futebol para o atual patamar, com uma decadência originada por uma má gestão.

O resto é apenas conversa fiada, de quem não conhece do assunto.